Dúvidas Freqüentes que os Pacientes Reumatológicos têm com relação a Vacinação Contra Sars-Cov-2

1) Quem deve ser vacinado?

A decisão sobre a vacinação contra SARS-CoV-2 deve ser individualizada, levando em consideração a idade, a doença reumática autoimune de base, os graus de atividade e imunossupressão, além das comorbidades, especialmente diabetes mellitus, cardiopatia e pneumopatia crônicas, que estão associados a maior risco de evolução desfavorável e a um pior prognóstico da COVID-19.

A atividade da Doença Reumatológica Imuno Mediada (DRIM) e a intensidade da imunossupressão devem ser consideradas pelo médico assistente a fim de definir o momento mais apropriado para vacinação contra SARS-CoV-2.

 

2) Pacientes com DRIM jovens e sem comorbidades, com atividade de doença controlada e em uso de medicações que levam a baixa ou nenhuma imunossupressão, devem ser vacinados no grupo prioritário?

Não. Até o momento, não existem evidências que coloquem as DRIM como fatores de risco independentes para complicações associadas à COVID-19, como evolução para formas graves ou óbitos.

 

3) Pacientes com DRIM sistêmica em atividade, especialmente aqueles em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida, poderiam ser incluídos nos grupos prioritários para vacinação contra COVID-19?

Sim. Apesar de não estarem incluídos nos grupos prioritários pelo Ministério da Saúde, estudos populacionais, incluindo o ReumaCoV, têm demonstrado maior risco de evoluir para formas graves da COVID-19 os pacientes com DRIM em uso de doses > 10mg de prednisona (ou equivalente), em pulsoterapia com metilprednisolona e/ou ciclofosfamida, particularmente nos casos que cursam com acometimento sistêmico em atividade, como lúpus eritematoso sistêmico, vasculites e esclerose sistêmica, principalmente aquelas com envolvimento pulmonar.

Sugere-se, portanto, considerar como prioritária a vacinação dos pacientes com DRIM sob estas circunstâncias.

 

4) Estar com a doença estável ou em remissão, e sem ou em baixo grau de imunossupressão, é o cenário ideal para recomendar a vacinação contra SARSCoV-2?

Sim. Preferencialmente o paciente deve ser vacinado estando com a doença controlada ou em remissão, como também em baixo grau de imunossupressão ou sem imunossupressão. Esta não é uma condição imprescindível para que o paciente seja vacinado, mas um cenário ideal. Estando em outras situações, é fundamental discutir com o reumatologista assistente qual o melhor momento para a vacinação, considerando a situação epidemiológica e o enquadramento nos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde e as descritas acima específicas das DRIM

 

5) É recomendado suspender o tratamento imunossupressor dos pacientes com DRIM antes e/ou após serem imunizados contra SARS-CoV-2, baseando-se nas orientações para vacinação de pacientes reumáticos da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)?

Até o momento, não há dados disponíveis para orientar o manejo da terapia imunossupressora no contexto da vacinação contra SARS-CoV-2. Vale ressaltar que não há risco das vacinas contra SARS-CoV-2 atualmente regulamentadas para uso emergencial induzirem doença vacinal, haja vista que todas as plataformas utilizadas na produção DESTAS VACINAS NÃO CONTÊM VÍRUS VIVOS ATENUADOS.

 

6) A vacinação contra SARS-CoV-2 será recomendada aos pacientes com DRIM mesmo que já tenham contraído a infecção por este vírus?

Até o momento, não há dados sobre a duração da imunidade adquirida pela infecção pelo SARS-CoV-2, assim como não há orientação formal de indicação da vacinação para os indivíduos da população geral sabidamente já infectados pelo vírus.

 

7) Tenho uma doença autoimune. Há possibilidade de piora ou reativação da doença de base após a vacinação contra SARS-CoV-2?

Até o momento, não há informação disponível para responder a esta pergunta.

 

8) É necessário realizar dosagem de IgG contra SARS-CoV-2 para avaliar a soroconversão?

Não é necessário, de forma geral, realizar a dosagem de IgG pós-vacinal, pois os níveis séricos de IgG podem variar entre os indivíduos. Além disso, a imunidade humoral pode não ser a única barreira de proteção contra a infecção por SARS-CoV-2. Ainda não está definida a durabilidade da proteção conferida pela infecção natural com SARSCoV-2, assim como após a vacinação.

 

9) Tenho doença reumática e faço uso de HIDROXICLOROQUINA e SULFASSLAZINA. Estou com COVID-19, preciso suspender essas medicações?

Não há necessidade de suspensão dessas medicações. Elas podem ser mantidas independente da gravidade da infecção.

 

10) Tenho doença reumática e faço uso de LEFLUNOMIDA, METOTREXATO, IMUNOSSUPRESSORES*, MEDICAÇÃO BIOLÓGICA**, INIBIDORES DE JAK***. Estou com COVID-19, preciso suspender essas medicações?

Em geral eles são interrompidos ou adiados. E a suspensão será mantida até que seja possível um teste negativo ou após 2 semanas sem sintomas. Mas será o seu reumatologista que avaliará o nível de imunossupressão da medicacação, grau de atividade de doença, refratariedade prévia, presença de outros fatores de risco (idade, co-morbidades: obesidade, hipertensão arterial, diabetes), para que, em decisão compartilhada, decida qual será a melhor conduta para o seu caso.

*Imunossupressores: Ciclofosfamida, micofenolato de mofetila, azatioprina

**Medicações biológicas: inibidores do TNf (infliximab, adalimumab, etanercepte, golimumab, certolizumabe)/ inibidores da IL-17 (secukinumabe, exequizumabe / inibidores da IL-23 (ustequinimabe, risanquizumabe, guselkumabe)

***Inibidores da JAK: tofacitinibe, baricitinibe, upadacitinibe

 

11) Quem faz uso de Rituximabe, pode ser vacinado?

Esta decisão deve ser individualizada e feita de forma compartilhada entre o paciente e o reumatologista assistente, considerando que o uso de terapia depletora de células B (ex: rituximabe) pode influenciar a resposta vacinal, bem como trazer risco adicional de evolução com desfechos mais graves da COVID-19 em pacientes em uso desta medicação.

 

12) Como se dá a produção de vacinas?

Tudo começa com as pesquisas básicas e propostas para essa nova vacina. A seguir iniciam-se testes pré-clínicos in vitro (no laboratório) e in vivo (usando modelos animais e humanos) para que se demonstre se a vacina é segura e se confere proteção. Só então iniciam-se os ensaios clínicos.

 

13) Quais são as etapas para a produção de vacinas?

FASE I: demonstrar a segurança da vacina.

FASE II: estabelecer imunogenicidade, determinação de dose e segurança.

FASE III: comprovar a eficácia e segurança (*após esta fase, a vacina pode ser registrada nos órgãos sanitários regulatórios para distribuição).

FASE IV: disponibilizacção para a população e monitorização em busca de eventuais reações adversas.

 

14) São seguras e confiáveis essas vacinas, já que o processo de produção e liberação foram tão rápidas?

Desenvolver uma vacina pode levar de 10-15 anos. No caso do coronavírus está sendo mais rápido pelos múltiplos estudos simultâneos em todo o mundo, investimento e financiamento e disponibilidade de um protótipo de vacina desenvolvida por cientistas que já estudavam os coronavírus e que poderia ser aprimorada contra uma cepa específica caso necessário.

 

15) Quais os tipos de vacina disponíveis?

Fonte: Força-Tarefa para Gerar as Orientações de Vacinação contra SARS-CoV-2 para Pacientes com Doenças Reumáticas Imunomediadas (DRIM)

 

Você tem alguma doença reumatológica imunomediada e tem alguma dúvida sobre imunização contra o COVID19? Entre em contato e agende a sua consulta!

Será um prazer lhe ajudar.

VACINAS SALVAM VIDAS!

 

Dra Mônica Duarte Costa

Reumatologista

CRM SP 102768/ RQE 59848

Profissional Responsável

REUMATOLOGISTA

Dra. Mônica Duarte

CRM SP 102768
RQE - 59848

Sou médica formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), especialista em Reumatologia com Residência Médica na área pelo HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO e com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia.

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