O que é Artrite Psoriásica?
A artrite psoriásica (APs) é uma doença inflamatória articular que ocorre em uma dentre três pessoas que tem psoríase cutânea. A psoríase caracteriza-se pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo, podendo ser localizada ou difusa, associada ou não a alterações nas unhas e afeta cerca de 1 a 3% da população geral.
Na grande maioria das vezes, a psoríase precede a artrite, em algumas as alterações de pele e articular são simultâneas e menos comumente, o quadro articular precede a doença cutânea.
Sua causa é desconhecida, mas seu surgimento e períodos de piora sofrem influências de fatores ambientais, infecciosos e imunogenéticos. Com certa frequência há correlação temporal com traumas, estresse emocional ou psicológico e infecções por vírus ou bactérias como desencadeantes do início dos sinais e sintomas da artrite psoriásica.
Em geral a psoríase na pele surge entre a terceira e quarta décaca de vida. Já o envolvimento músculo esquelético e a inflamação articular (artrite) podem se manifestar em qualquer idade, desde a infância até idosos, com maior incidência entre os 30 e 50 anos e frequência similar em homens e mulheres.
Há 5 tipos de manifestações da artrite psoriásica:
- Oligoarticular (70%): A forma mais comum compromete pequenas e grandes articulações das mãos, pés, braços e pernas. A inflamação nas enteses (entesite) e nos dedos levando ao característico “dedo em salsicha” (dactilite) são freqüentes.
- Poliarticular simétrica (25%): Se assemelha à artrite reumatóide.
- Clássica (5-10%): se assemelha à osteoartrite.
- Forma espondilítica (5-40%): compromete a coluna sendo mais comum em homens e está associada ao marcador genético HLAB27. A artrite se manifesta com dor, inchaço e rigidez nas articulações sobretudo ao acordar pela manhã piorando nos períodos de repouso. Se não for diagnosticada e tratada adequadamente, pode evoluir com limitações funcionais importantes.
- A artrite mutilante (5-8%): é a forma mais grave da doença por ser erosiva e destrutiva, geralmente acomete pacientes mais jovens
Manifestações extra articulares como uveíte, conjuntivite e aftas nas mucosas podem estar associadas enquanto fibrose pulmonar e insuficiência aórtica são raras. Já as comorbidades como síndrome metabólica, diabetes, hipertensão arterial, aumento de colesterol e doença cardiovascular são comuns contribuindo para redução da expectativa de vida dos pacientes, devendo ser ativamente questionadas e controladas.
É fundamental iniciar o tratamento específico precocemente no intuito de manter a capacidade funcional e qualidade de vida aos indivíduos afetados. Nesse sentido, o tratamento da artrite psoriásica dependerá do tipo e gravidade do envolvimento cutâneo e musculo esquelético, das manifestações extra articulares e das comorbidades associadas.
Anti-inflamatórios aliviam os sintomas articulares na maioria dos casos. Agentes modificadores da doença sintéticos e/ou biológicos aliados a fisioterapia e terapia ocupacional são fundamentais no intuito de bloquear a evolução da doença.
O controle das lesões cutâneas com produtos tópicos é importante coadjuvante. Corticosteróides devem ser evitados mas, quando usados localmente, ajudam no manejo das artrites isoladas.
Na falha ao manejo tradicional, há tratamentos mais modernos com agentes biológicos que regulam o sistema imunológico permitindo estabilização da doença e melhora das lesões de pele e do quadro articular.
O diagnóstico da artrite psoriásica é clínico e baseado nas manifestações características da história clínica e exame físico reumatológico já que não há exame específico para a doença. Consulte um reumatologista para tirar suas dúvidas e fazer o acompanhamento clínico caso você tenha suspeita de ter a artrite psoriásica. Ele é o especialista mais capacitado para diagnosticar essa doença.